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terça-feira, 3 de junho de 2008

Quero a minha liberdade, já!


A liberdade é um bichinho estranho. Quando você pensa que o tem nas mãos, logo percebe que não tinha nada.Era só um protótipo daquil0 que você imaginava.

Parece muito fácil dizer-se "livre" em um país em que, aparentemente, tudo pode. Conceitos, conceitos, conceitos... Apenas conceitos regem a nossa vida. Ser livre. O que é isso??
Ontem assisti, na íntegra dessa vez, "Eu, robô", aquele filme futurista do Will Smith. No final (se não quiser saber ão leia essa parte), o Sonny, o robô que sente, que escolhe, que aprende, enfim, que foi programado para ser quase um ser humano, se vê sem o seu criador e com sua missão completa. E ele se pergunta "E agora?". Smith responde: "Isso é que é ser livre".
Lembro que me sentia muito livre quando andava descalço na praia, sem preocupações, sentindo a areia nos meus pés. Me sinto muito livre quando estou sozinha em casa e me agarro ao cabo da vassoura e canto a plenos pulmões. Ou quando saio da faculdade com uma aula vaga e vou no shopping, compro um ovomaltine e vou para a livraria Adeptus ficar fuçando os livros que tem por lá. Ou quando vou pra Chapada e me enfio debaixo da cachoeira da Salgadeira e sinto aquele tanto de água jorrando desesperadamente sobre minha cabeça.

Então os hippies é que são livres? Os gatos é que são livres? Em "Saltimbancos" eles cantavam "Nós gatos já nascemos pobres, porém já nascemos livres..."
Eu então sou o quê? Uma prisioneira. Não estou dentro de uma cela, mas estou presa à sociedade, ao sistema que a rege, à hierarquia em que estou metida. O que tenho então, descubro agora, são relances de liberdade. Porque eu posso, sim, sair a noite caminhando na praia. Mas não devo. Há pessoas maldosas que poderiam tornar esse momento mágico, em trágico. Não posso ir ao shopping tomar um ovomaltine na aula vaga se não tiver dinheiro.

Não quero me contentar com esses relances. Não quero viver de relances. Não quero relances de felicidade (como já disse que vivemos em outro texto deste blog), de relances de liberdade, de relances de sabedoria, de relances de solidariedade, relances de gratificação. Quero viver tudo isso PLENAMENTE. Sentir tudo isso em escala industrial! Quero sentir aquela sensação que sinto quando canto uma das músicas que mais gosto toda hora!!! Quero saber que ao acordar vou ter à minha frente um mundo de oportunidades de ser feliz. E, utopicamente falando, quero ver um mundo de gente feliz!
Mas pra isso preciso de uma sociedade perfeita. Marx não conseguiu, Jesus não conseguiu (ainda), provavelmente eu não vou conseguir. Mas a minha parte será feita.

Porque liberdade é direito!! Devemos estar comprometidos com aquilo que consideramos importante, mas sempre, sempre, sempre livres... Algumas vezes não temos consciência suficiente para isso, mas nascemos com esse propósito. Buscamos a liberdade inconscientemente. Viemos ao mundo para sermos livres!

Sorria. Cante. Veja. São os seus relances de liberdade.