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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

"Sofrer ou não sofrer: temos mesmo essa opção?" ou "Indagações sobre o sofrimento"

O que é o sofrimento? O sofrimento é algo ruim? Digo que talvez sim, e muitos concordarão, geralmente porque ninguém gosta de sofrer (salvo algumas exceções...)

Mas porquê sofremos tanto? Todas as pessoas?! Parafraseando: atire a primeira pedra quem nunca sofreu! Em maior ou menor proporção...

O sofrimento parece atravessar a condição humana. Sofremos ao nascer. Sofremos ao sermos separados do colo e seio maternos. Sofremos ao ficarmos sozinhos na escola pela primeira vez. Sofremos por termos tantas espinhas na cara enquanto há tantos lugares "escondíveis" no corpo. Sofremos por não termos um(a) parceiro (a) aos 30 anos. E listei apenas os sofrimentos que considero de menor escala (mas que, dependendo da situação, é o maior do mundo!).

Mas não é à toa que todos recebem o mesmo título: sofrimento. Porque, seja qual sofrimento for, dói em lugares que nem sabíamos que havia em nós. Dói no peito, bem no meio. Dói na barriga (e não é piriri!). Dói nas entranhas. Dói na cabeça, às vezes de tanto chorar.

Sofrer não é bom. Mas não há ser humano que não sofra! (Ou há?) Eu começo a pensar que o sofrimento é fundante. Sofremos ao termos que abrir mão de coisas caras a nós para viver em grupo. E nós quase sempre vivemos em grupo, mesmo que seja apenas em forma de agrupamento e não de interação.

Talvez o sofrimento da vida seja aquilo que nos permita sentir empatia, pois quando vemos alguém sofrendo somos capazes de "sentir em nós" a dor do outro. A dor não é nossa e nós nunca saberemos como dói no outro, mas sabemos como dói na gente e que machuca pra caramba...

Pessoas se tornam insensíveis quando esquecem a empatia. Assim, dificilmente se sentem tocados pela alegria ou tristeza do outro, pelo prazer ou pela dor do outro. Ou então quando acham que o seu sofrimento é maior que o dos outros. Desse modo, até reconhece que o outro sofre, mas este não chega nem perto do seu sofrimento.

Comecei a pensar sobre isso quando assisti "O Homem do Futuro", com o Wagner Moura (um primor de artista!) em que o seu personagem diz a ele mesmo, numa dimensão em que duas versões dele se encontram: "Só um sujeito mesquinho como você para achar que o seu sofrimento é maior que o dos outros. Todo mundo sofre!" E naquele momento me vi balançando a cabeça concordando.

"Sofrer " é uma categoria quali-quanti. Qualitativamente, sofrimento é sofrimento. Se todos sofrem um dia, então todo mundo se machuca, com maior ou menor capacidade de recuperação. Quantitativamente, uns sofrem mais, outros sofrem menos. No entanto, o único que pode dizer o quanto dói é o próprio sujeito. 
Para alguns, perder a hora justo no dia do vestibular é o fim! Para outros, perder a casa na enchente é lição de vida. As pessoas são muito diferentes e muito parecidas, acredite! "Todos iguais, tão desiguais. Uns mais iguais que os outros...", já dizia Engenheiros. 

Assim que, se sofrer faz parte da vida, então não nos desesperemos com ele, mas aprendamos com ele. Te digo que os sofrimentos que tive na minha curta vida até agora só me fizeram entender melhor como o mundo funciona e de que maneira eu devo me adaptar se quiser sobreviver minimamente a ele. E embora eu entenda pouco dos "porquês" do sofrimento alheio, acho que o meu me capacita a compreender o próximo. 

No final das contas, eu sofro, tu sofres, ele sofre, nós sofremos...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Das coisas pequenas e infinitamente importantes que a gente descobre quando mexe nos recônditos da alma sem medo de descobrir o que tem lá.



Todas as vezes que entrei na sua vida foi pelo mesmo motivo: ter de você o que faltava em mim. De tudo isso o que você é, tudo isso que eu não fui. Não era. Não sou. E eu nem sabia.

E parece óbvio dizer que todas essas vezes lhe causei dor. Só Deus sabe quanta dor. Foi de você que ouvi: "Você não faz ideia do quanto eu gosto de você", como quem diz: "Ninguém nunca vai te amar como eu estou te amando neste exato momento". E o gerúndio é proposital, para tentar demonstrar a dinamicidade do sentimento que se faz existente junto com a fala.

Mas eu não pude naquele primeiro momento. Nem no outro. Nem no outro. E nem posso agora também, porque o motivo ainda existe.

Este é um texto curto. Existe para além dos meus devaneios e foi inscrito no "papel virtual" em equações binárias (que devem deixar essas poucas letras insuportavelmente matemáticas), porque precisava registrar minha descoberta.
Apesar de insuportavelmente matemáticas, as palavras surgiram só pra dizer que não importa que você ame outra pessoa. Ciúmes é coisa do desejo e o meu é um desejo mascarado. Ele não é real. Ou pelo menos não existe na realidade tendo você por objeto. 

Mas importa que você me ame. De qualquer jeito. Queria que fosse muito menos como amante, muito mais como amiga. Porque o fato de alguém tão especial como você me amar, parece fazer de mim uma pessoa melhor. Me ver amada por você, parece me fazer merecedora de algo genuinamente bonito. " Um bom exemplo de bondade e respeito, do que o verdadeiro amor é capaz". Não é assim que a canção do sonho dizia?

Me perdoem, possíveis leitores deste blog quase abandonado. Mas hoje não pude escrever sobre nada que não fosse a inquietação que gerou este texto. Ainda mais porque o único que poderia compreendê-lo provavelmente não o lerá. Prometo voltar ao normal em breve. 

P.S.: Mas tudo bem se eu não voltar ao normal?