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domingo, 1 de agosto de 2010

Mais uma reflexão sobre mais uma obviedade.

Ó: já entendi!

Fácil a vida não é.

Mas tudo fica um pouco mais leve e tranquilo se percebemos o que exatamente queremos dela e o que vale a pena.Tal concepção pode mudar ao longo da vida, é claro e é ótimo que seja assim, mas é preciso ter consciência de quem é a bola da vez!

Esses dias eu me dei conta, de novo, de uma obviedade! É estranho como nos últimos tempos tenho me sentido extremamente surpresa em descobrir o que achava que já sabia. Acho que tenho vivido aquele momento mágico, quando os "significados" ganham status de "sentido". Quer dizer que, apesar das coisas terem um significado compartilhado por muitos, essas mesmas coisas têm um significado único para mim, tem um sentido.

Como por exemplo, a vida. Um exemplo simples - mas não simplório.

O significado da vida pode ser bem biologicão, em que a dividimos em ciclos bem definidos: um período em que nascemos, crescemos, nos reproduzimos e morremos.

Há aquele mais simplista: intervalo de tempo entre o nascer e o morrer.


Mas, de fato, os poéticos me agradam mais. Nós crescemos tão envolvidos nessa trama, que às vezes nos é muito custoso compreendê-la de verdade. Uma rede em que nossas vidas vão tomando rumos que não escolhemos. Bom, na verdade, escolhemos. Não muito conscientes dessa escolha, na maioria das vezes, mas toda decisão influencia nossa vida.

Fazer faculdade, procurar um emprego ou fazer faculdade e procurar um emprego?
Casar, viajar o mundo ou fazer uma pós-graduação? Ou tudo de uma vez?
Morar no Rio ou em Salvador?
Abrir uma consultoria ou virar cantor de reggae?
Torcer para o Palmeiras ou para o Botafogo?

Toda decisão constará como uma linha em uma das páginas da história da sua vida.
Cada decisão muda o rumo da história. Qualifica outro personagem. Tece a rede com um colorido diferente.

A obviedade que me pegou de surpresa e que começa a ter um sentido, não mais um significado apenas, é que de tão importantes, essas decisões acabam ocupando uma parte muito grande de nossas preocupações, nosso tempo e de nossa energia também. Pecamos, na maioria das vezes, na escolha do foco da preocupação. 

Penso que vive melhor quem escolhe um bom fio condutor para guiar essas decisões. Uma boa estrutura. Você pode escrever uma boa dissertação, uma boa carta, uma boa fábula. E qualquer uma delas poderá contar muito bem a sua história. Mas escolha uma dessas estruturas! 

A estrutura escolhida por mim é a felicidade. Lógico! Toda e qualquer página da minha história tem que ter o mesmo fim. Se inicio um namoro ou se o termino, se continuo a faculdade ou a tranco, se tento um mestrado longe de casa ou me caso, se faço musculação ou ballet, tudo isso tem que ter um único fim: minha felicidade. 

E a justificativa vem em forma de jargão: a vida é muito curta. (Aliás, minha postura perante os jargões é muito gentil: se eles existem é porque muita gente achou que eles eram perfeitos para expressar o que sentiam ou queriam. Às vezes por falta de criatividade, mas enfim... ) E esse é o jargão da vez! 

Imagino que às vezes as discussões metafísicas são tão inúteis e olha que eu gosto de uma boa conversa metafísica! Os filósofos e demais pensadores que me desculpem, mas se as borboletas ou qualquer outro inseto da família dos efemerópteros, que chegam a ter apenas 24 horas de vida, parassem para pensar em como a vida é injusta com elas, perderiam sua vida toda - literalmente - sem aproveitar o que afinal ela teria de bom, apesar das agruras de sua passagem pela Terra.

Por favor, não pensem que eu defendo a ignorância. Sou uma garota beeeeem pós-Iluminismo. Já passei da fase das trevas. Mas gostaria de dizer aos leitores que se a vida tem um lado ruim, chatinho, injusto, vamos fazer o possível para melhorá-la. Vamos tentar entender a teia. Mas não se esqueça de olhar para a beleza da teia enquanto tenta achar uma boa saída. Porque você pode não ter muito tempo para vê-la depois. 

Por isso, não ter rios de dinheiro já não me incomoda, não ter o rosto perfeito de capa de revista também não, não ter as pernas da Ivete (droga...), também não é tão importante. Porque eu sei que no final das contas, mais vale um membro da classe média que conseguiu realizar seu mochilão, do que poder comprar um carro lindo que não cabe seus amigos!

Gente, meu texto hoje está bem auto-ajuda, mas a vida é simples a esse ponto. E eu fui escolher a profissão que mais se preocupa em ajudar as pessoas a entenderem sua simples complexidade. 


E sabe o que é mais bacana? O que me faz feliz, pode não fazer você feliz. E assim, conviver com você traz um colorido diferente para a minha vida. E mais: fazer alguém feliz, pode querer dizer fazer por ela algo que não te faria feliz, mas a faz. 

Então este texto vai ficando assim, por que eu escolhi escrevê-lo e escolhi essas palavras e essa linha condutora. Tentei escrevê-lo ontem, mas ele não estava me deixando feliz. Hoje sim.

Se fosse escolher palavras-chave:

VIDA   SIMPLICIDADE  COMPLEXIDADE  FELICIDADE   OBVIEDADE



Concorda?

3 comentários:

Lorrainíssima disse...

É, querida, o humanismo está nos fios condutores de teu sangue metafísico! Belo texto, aliás! =)

Milady Oliveira disse...

Obrigada, Lô. Acho que não tem como fugir dele mesmo...

Meireane disse...

Obrigada pelo texto, ele me fez feliz! :)
Eu estava pesquisando imagens para um texto que iria postar no face, por acaso (adoro ele) apareceu as imagens do seu texto, fiquei curiosa devido ao título, cliquei no link e apareceu esse texto que tem tudo a ver com o texto que eu estava preparando para postar no face. Resultado: não usei as imagens, mas estou imensamente grata por ter lido. :)
Forte abraço.