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sábado, 4 de setembro de 2010

Impressões cuiabanas da Selva de Pedra...

Coisa engraçada é estar fora de casa. Tudo fica maior ou menor, mais colorido ou mais cinzento, mais leve ou mais pesado. Mas o fato é que as proporções se modificam. Ao mesmo tempo que se tem uma sensação de liberdade (assistida, como diria um amigo), tem-se a preocupação de caber no orçamento, de não perder datas e horários e de andar por caminhos ditos seguros.

Estar em uma cidade grande, bem grande, é como... Não sei... Como tudo nessa vida talvez! Tendo benefícios e prejuízos, cabendo a cada habitante ou visitante saber o quanto vale a pena. Eu ainda estou no meio do caminho em me decidir se São Paulo é um lugar que vale a pena ou não.




Pela minha ótica, a diversidade é algo marcante nessa metrópole. Não digo nem de figurinos ou penteados, pois isso achei que veria mais. É uma diversidade de lugares e frequentadores. Eu e meus parceiros de viagem temos compartilhado muitas impressões e uma das que mais chamam a atenção é a variedade de público dos locais.



Ficamos também com a sensação de que há mais idosos em São Paulo ou eles saem mais às ruas. Provável que os dois. Nossos velhinhos cuiabanos parecem tão provincianos nesse sentido. Espero que com o tempo mude. Aliás, vai mudar, porque a minha geração ao envelhecer não passará o tempo dentro de casa, que eu sei! Invadiremos quase todos os lugares com nossos livros em baixo do braço, tomaremos nossos bons e velhos cafés, conversaremos nas praças e com certeza, iremos ao cinema.

Mais uma impressão: os paulistanos parecem mesmo muito sérios, ou distantes. Um deles não entendeu porque eu era tão desconfiada e eu não estava com muita vontade de explicar. Pra quê? Entender toda a complexidade "miladyana" em uma noite? Difícil... Mas a música do Zeca Baleiro pareceu se encaixar: "... Eu tava só, sozinho. Mais solitário que um paulistano...". Não acho que sejam solitários de presença física, mas talvez de algo de vida que eu gosto e costumo encontrar nos nordestinos, por exemplo. Mas ainda assim,a acolhida foi boa. Não vou reclamar do povo anfitrião. Não agora.

É uma cidade um pouco mais verde do que me lembrava, talvez porque eu esteja em uma área privilegiada da cidade. Mas o centro ainda me parece um formigueiro de concreto. "Gentes" por todos os lados, os níveis de limpeza caindo com o passar das horas, o sol dizendo a que veio e ladeiras que parecem invencíveis-mas são.

Enfim... Essas são apenas algumas das impressões de Sampa. A viagem ainda não acabou. Vem mais por aí. Bem mais, acredito. Espere e verás.

Um comentário:

Poliglota disse...

Saudades de minha terra! Terra das oportunidades, terra da segunda capital do Brasil, terra da garoa, do samba, da família italiana, das pizzas, dos shows que nunca consigo ir (ser estudante é dureza nos "borso"), dos shows que eu nunca pude ir porque não era nascido, da 25 de março, da Santa Ifigênia, da Avenida Ipiranga, dos bares, dos....

Não adianta, São Paulo é aquela que tudo dá e ao mesmo tempo tira. Sou paulistano, solitário mas paciente e preguiçoso que nem cuiabano "num tem?" Como podemos distânciar em alguns mil e poucos quilômetros duas cidades históricamente unidas desde os portugueses.
São Paulo sem o ouro cuiabano nada seria. Tanto que no estado Paulista tem uma cidade chamada Cuiabá Paulista!

Curioso, porém tão verdade quanto Feliz Natal em Mato-Grosso. E se for pra dizer que sampa é lugar ruim pra morar, talvez dependa do lugar onde se mora, com quem se vive, o que se faz. A verdade é que selva de mato por selva de pedra, o homem sempre será o primata em busca do capitalismo selvagem!